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Quando
se fala nas eleições serem a “festa da democracia” no Brasil, significa
dizer que é quando as opiniões públicas são representadas na forma de
voto para a população decidir um novo governo ou manter o atual – se for
possível a reeleição. E quando o atual governo precisa deixar a casa
para dar espaço a novos ocupantes, é importante que essa nova
administração tenha conhecimento sobre como funciona a máquina pública. E
essa transição de governo precisa ser feita de forma rápida, efetiva e
sem prejuízos à sociedade.
De acordo com o advogado especialista em direito público, Karlos Gad
Gomes, via de regra “a transição dos governos municipais não têm um ato
normativo específico que determine prazos e um procedimento a ser
seguido. Isso cabe ao executivo local tomar essas atitudes. É muito
importante que as prefeituras de pequeno e médio porte instituam uma
lei, um decreto ou uma portaria para institucionalizar essa transição de
governo, pois isso torna o processo mais ágil e democrático”, explicou.
Desta forma, ao mesmo tempo em que o governo não pode parar por causa de
uma troca de mandatos, é necessário permanecer em dia com a prestação
de contas, manter em operação as políticas públicas de saúde, educação,
assistência social, agricultura, geração de emprego e renda, entre
outras questões relevantes do cotidiano de um município. Isso quer dizer
que durante a transição de governo, a gestão municipal tem o desafio de
dar conta “da casa” e manter tudo funcionando até a mudança completa na
prefeitura.
A primeira etapa da transição é a montagem da equipe de governo, destaca
o advogado Karlos Gad, em que o prefeito eleito designa pessoas
responsáveis “para atuar no restante do mandato do atual prefeito para
conhecer a rotina de trabalho, saber sobre as secretarias, quantos
funcionários prestam serviço e onde estão alocados”, disse. A montagem
dessa equipe tem que “trabalhar em conjunto com a atual para que possa
ser feita uma transmissão de conhecimentos que facilitem os benefícios à
população”, argumentou.
E para ajudar os gestores municipais a realizar uma transição de governo
que não afete a população, a Secretaria de Governo da Presidência da
República lançou o Guia do Prefeito + Brasil.
O documento fornece sugestões, afim de facilitar a compreensão sobre as
obrigações que a Constituição prevê durante essa troca de mandato,
apresenta as Leis das Eleições e compartilha boas práticas de gestão.
O Guia do Prefeito + Brasil apresenta uma linha do tempo para a equipe
gestora, passo a passo dos procedimentos, alertas de pontos essenciais e
informações rápidas e claras para orientar os gestores dos 5.570
municípios na realização de uma transição que beneficie a população. Os
objetivos são preservar o legado dos mandatos para as cidades
brasileiras e diminuir a probabilidade de riscos na continuidade dos
serviços públicos à população.
Para o secretário executivo da Frente Nacional de Prefeitos (FNP),
Gilberto Perre, a transição de um governo para outro, mesmo quando os
partidos políticos possuem ideais diferentes, é um procedimento adotado
em regimes democráticos com objetivo de assegurar aos novos governantes
ou representantes populares o recebimento de informações e dados
necessários ao exercício da função, assim que tomar posse.
“A transição entre uma gestão e outra é um momento muito importante. Momento em que os novos gestores, o novo governante toma conta das finanças do município, dos contratos em andamento, como estão os suprimentos para as escolas, para os postos de saúde. A transição deste ano é encurtada, em razão do adiamento das eleições por conta do coronavírus. Em que pese essa transição ter sido encurtada, ela têm ocorrido muito bem [pelo Brasil]”, avaliou Gilberto Perre.
Nesse sentido, a Frente Nacional dos Prefeitos também tem colaborado na
transição de governo por todo o País com a realização de conversas com
os novos gestores eleitos “para repassar informações estratégicas e
ajudar a fazer esta transição alcançar maior êxito, além de favorecer um
melhor atendimento à população brasileira”, informou o secretário
executivo da FNP.
O documento com orientações, feito pelo Governo Federal, diz que a
equipe de transição deve publicar no Portal do Município a relação das
medidas adotadas pela Administração para promover uma transição
republicana e os relatórios financeiros correspondentes para auxiliar o
futuro gestor. E um município que tem apresentado um bom modelo de
transição de governo é a capital de Alagoas, Maceió.
O deputado estadual, Davi Maia (DEM), também é coordenador da Comissão de Transição de Maceió (AL)
e detalha que a função desempenhada pela equipe que acompanha o
cotidiano da prefeitura é estratégica para manter o governo funcionando
corretamente durante a mudança.
“A importância de uma equipe assim é gigantesca, por exemplo, aqui eles
fazem todo o diagnóstico e levantamento básico da gestão pública e
municipal, levantando especialmente os problemas, mas também procurando
soluções em projetos continuados e os outros que não podem parar a
partir do dia primeiro de janeiro. Aqui em Maceió essa equipe tem todo
um cronograma e uma metodologia para fazer esse levantamento e entregar o
resultado, ainda em dezembro, para o prefeito eleito”, declarou o
deputado estadual.
Para compor a equipe de transição em Maceió, foram selecionadas pessoas
de categorias diferentes, “desde especialistas que já atuavam na
campanha eleitoral e na montagem do plano de governo até consultores
legislativos da Câmara dos Deputados e delegado da Polícia Federal.
Profissionais de várias áreas do conhecimento e diversas partes do País
reforçaram essa transição”, ressaltou o deputado Davi Maia.
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