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Após
dez meses de pandemia Brasil vai começar a vacinar parte da população
contra a doença. A partir da próxima quarta-feira (20), os municípios
devem proteger as pessoas com maior risco de desenvolver as reações
graves do novo coronavírus. A informação saiu de uma audiência realizada
pelo Ministério da Saúde em conjunto com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e mais de 130 governantes das maiores cidades do País.
De acordo com o ministro Eduardo Pazuello, se até este domingo (17), a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar as vacinas,
serão distribuídas oito milhões de doses ainda em janeiro. Nesta conta
estão sendo somadas as seis milhões de doses da CoronaVac, produzidas
pelo Instituto Butantan para uso emergencial e mais duas milhões de
doses da AstraZeneca, que chegam ao Brasil neste final de semana.
O imunizante foi adquirido pelo Ministério da Saúde junto ao laboratório
indiano Serum Institute para garantir o início da vacinação dos
brasileiros. A aeronave que foi buscar as vacinas é a maior da frota e
está equipada com contêineres especiais para assegurar o controle de
temperatura desses imunizantes.
A distribuição das vacinas deve levar em torno de cinco dias, por meio
do Programa Nacional de Imunização (PNI), e será feita igualmente para
todo o Brasil. O presidente da FNP, Jonas Donizette, esteve na reunião e
detalhou como vai ser o processo de distribuição e vacinação pelo País.
“Serão oito milhões de doses distribuídas para cinco milhões de
brasileiros, por causa de uma diferença da AstraZeneca que poderá ser
aplicada em uma dose porque tem um intervalo maior de três meses [entre a
primeira e a segunda dose]. E a CoronaVac as prefeituras terão de
dividir em três lotes. Será enviado tudo de uma vez. Terá a primeira
dose e depois de 21 dias terá segunda dose. Dois milhões de pessoas
serão imunizadas pela AstraZeneca e três milhões pela CoronaVac. Todas
as cidades receberão as duas vacinas, não há hipótese de o município
querer apenas uma”, detalhou Donizatte.
A liberação das vacinas e o efetivo início da imunização dos brasileiros
é um momento pelo qual todo País aguarda, mas é preciso compreender que
no primeiro momento essas vacinas serão disponibilizadas apenas para as
pessoas dos grupos de risco. A quantidade de imunizantes
disponibilizados vai aumentar progressivamente ao longo dos meses assim
como o público que pode receber as doses. A estimativa do governo
federal é de 30 milhões para fevereiro e 80 milhões para abril, assim
por diante.
E em meio a todas as notícias sobre proteção contra a Covid-19 por meio
da vacinação, muitas pessoas ficam em dúvida sobre a possibilidade de
serem imunizadas com mais de um tipo de vacina. Apesar de não existir um
estudo a esse respeito, o médico epidemiologista do Hospital das Forças
Armadas de Brasília, Hemerson Luz, destaca que é um risco para a saúde
pois não se conhecem os efeitos colaterais dessa mistura.
“Usar imunizantes diferentes na mesma pessoa nós não sabemos se pode
causar efeitos adversos piores. Por isso que o planejamento foi feito em
cima da utilização da mesma vacina para a mesma pessoa nas duas doses. O
paciente não poderá escolher qual imunizante, caso tenha mais de um no
local. A princípio não”, afirmou o médico.
Ainda de acordo com o profissional, a população tem direito a escolher
em qual unidade de saúde prefere receber a vacina, dentre as opções
disponíveis da região onde vive ou se pretende ser vacinada. De acordo
com o Plano Nacional de Imunização
do governo, as pessoas com prioridade na campanha de vacinação são
trabalhadores da área de Saúde; idosos (acima de 60 anos); indígenas;
pessoas com comorbidades; professores (do nível básico ao superior);
profissionais das forças de segurança e salvamento; funcionários do
sistema prisional; comunidades tradicionais ribeirinhas; quilombolas;
trabalhadores do transporte coletivo; pessoas em situação de rua e
população privada de liberdade.